Grupo da Juventude da Agapan promove debate sobre mudanças climáticas e militância ambiental

Debater estratégias para enfrentar as causas e os impactos das mudanças climáticas com uma perspectiva socioambiental e formar novos ativistas ambientais foi o foco do 1° Encontro Presencial de Formação Agapânica de Enfrentamento às Causas das Mudanças Climáticas. O evento, organizado pelo Grupo da Juventude da Agapan, foi realizado no dia 14 de dezembro, em Porto Alegre.

Camila, Neil, Nico, Michele e Ethienne

Os palestrantes convidados para a primeira edição foram a vice-presidente da Agapan, Simone Azambuja, o diretor técnico científico, Francisco Milanez, e o jovem ativista associado Neil Naiff.

Neil afirmou que a luta ambiental é uma relação empática entre humanidade e ambiente, alertando para a "colonização digital" e a necessidade de respeitar comunidades e povos tradicionais. Cobrar ações em prol do meio ambiente, prometidas pelos governantes, e ocupar espaços de fala, como em universidades, praças públicas ou outros lugares, também foram assuntos de destaque durante as falas. 

RECONSTRUÇÃO DE CONCEITOS E DE LUTAS

Durante o encontro, Francisco Milanez enfatizou a necessidade de desconstruir o conceito atual de sustentabilidade, que tem sido utilizado de forma equivocada com finalidades de mercado. Ele criticou sistemas que fortificam e incentivam o consumo, destacando que a desunião social é prática na qual o sistema tem investido, e que encontros presenciais e redes sociais são cruciais para reconstruir a unidade, conscientizar e fortalecer a luta e a defesa ambiental. 

Simone compartilhou sua trajetória de engajamento na luta ambiental desde a sua infância, passando por relevantes atuações em diretórios acadêmicos, criação de Organizações Não Governamentais (ONGs) e participações frequentes em debates e ações junto a movimentos sociais. Ela também ressalta a necessidade de engajamento do público, em especial dos jovens, em prol das lutas ambientais, apontando que a falta de informação e métodos de atratividade são alguns dos desafios da atualidade.

Após uma rodada de exposições, o grupo fez perguntas e apresentou suas impressões a respeito da situação atual.

O estudante de Ciências Biológicas da Ufrgs Nico Costantin de Souza disse que percebe que “os eventos climáticos têm se tornado mais frequentes e intensos, dificultando a capacidade da natureza de se recuperar. As enchentes históricas do ano passado, tanto no Estado quanto no mundo, exemplificam essa crise”.

Uma das organizadoras do evento e integrante da Diretoria da Agapan, Michele Chuquel, estudante de Pós-Graduação em Sistemas de Produção Agrícola Familiar da UFPel e integrante do Grupo Juventude da Agapan, ressaltou que “as políticas públicas ambientais e sociais atuais são ineficazes, muitas vezes priorizando grupos específicos e ignorando a conservação ambiental”. Para ela, “este evento marca o início de uma série de debates sobre estratégias para enfrentar essas questões, reunindo diferentes visões e experiências”.

De acordo com Michele, a Agapan deve realizar durante este ano de 2025 outros encontros formativos para associados, visando debater e promover estratégias de divulgação da informação para o público, especialmente para os mais afetados por ações destrutivas da qualidade ambiental. 

“Como resultado desse evento, além do aprendizado, vários jovens se associaram à Agapan”, destaca Michele, ao anunciar que o Grupo da Juventude pretende realizar eventos formativos, como debates sobre meio ambiente, tardes de campo com observação de aves e vegetação, cinema ao ar livre, e cobrar governantes sobre planos de enfrentamento às mudanças climáticas. “Este evento fortalece nossas formações e ações para combater as causas das mudanças climáticas, reafirmando o compromisso com a vida e o meio ambiente”, avalia a estudante ecologista, ao anunciar o planejamento do grupo para próximas atuações.

Além de outros integrantes da Juventude Agapan, que ajudaram a construir o evento, como os associados Nico Constantin, Barbara Mereiêva e Camila Marques Lacerda, também participaram diversos associados e convidados.

O presidente da Agapan, Heverton Lacerda, que também participou do encontro, explica que a atividade faz parte da meta da atual gestão de estimular e incentivar uma maior participação da juventude no ativismo ambiental. “As possibilidades de conquistarmos um futuro menos dramático é fortalecendo a consciência e a luta ambiental agora, pois o cronômetro está correndo contra o tempo e não estamos apostando no fim do futuro”, disse Lacerda em referência ao manifesto ecológico escrito na Agapan por José Lutzenberger em 1975.